quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O Imperialismo por John Atkinson Hobson


O imperialismo é a tentativa dos grandes capitães da indústria de alargarem o seu canal de saída para a sua riqueza excedente, enquanto procuram mercados estrangeiros e possibilidades de investimento para a colocação das suas mercadorias ou aplicação do seu capital, que não podem ser vendidas nem ser investido na sua própria casa.
Está claro agora que é errada a afirmação de que a expansão imperialista é irremediável como possibilidade imprescindível de venda para a indústria em expansão. Não é o crescimento industrial que induz à abertura de novos mercados e de novas regiões para investimento, mas a deficiente distribuição do poder de aquisição, o que por sua vez impede a absorção de mercadorias e de capital dentro do país.
O imperialismo é o fruto desta falsa política econômica e o seu medicamento é a reforma social.
A raiz econômica do imperialismo encontra-se no ardente desejo de assegurar e desenvolver interesses industriais e financeiros, organizados com a ajuda das despesas públicas e do poder público para poder obter mercados privados para suas mercadorias em excesso, e para assegurar e desenvolver o seu capital excedente. Para este efeito a guerra, o militarismo, e uma política externa dirigida são os meios necessários. Esta política tem como conseqüência um forte crescimento das despesas públicas. Se aqueles círculos tivessem de pagar os custos daquela política do seu próprio bolso sob forma de impostos sobre os rendimentos e sobre a propriedade, nesse caso não lhes valeria a pena este gasto total, pelo menos no que se refere aos mercados de mercadorias; por isso vão buscar meios e caminhos para descarregar estas despesas no setor público.
Mas em países onde há o direito de voto e onde há um governo representativo um jogo com cartas abertas não promete nenhum êxito. É por isso que os impostos são indiretos e incidem sobre artigos imprescindíveis componentes do nível geral de consumo, e em conseqüência a ação do fisco não provoca nenhuma queda na sua procura. Essa é a razão porque os impostos não se orientam para os artigos cuja substituição seja possível.