quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ministro Guido Mantega

“Todos nós nos tornamos pós-keynesianos, e Keynes ficaria espantado com o tamanho das intervenções que estão sendo feitas”. (Em relação ao grau de intervencionismo alcançado pelo Estado no decorrer da atual crise)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Alteração constante da composição técnica do capital promove alterações na composição orgânica.

A composição técnica do capital é a relação entre capital constante e capital variável em termos de valor-de-uso. É uma massa de meios de produção relacionada com a quantidade de força de trabalho necessária para colocar os meios de produção em ação. A composição técnica se altera devido ao progresso da tecnologia, cujo objetivo é a obtenção de lucros extras no mercado. E o que verificamos é a tendência de constante elevação da composição orgânica do capital, devido ao aumento da produtividade do trabalho. Cada vez mais é necessária uma quantidade menor de trabalhadores para operar uma quantidade maior de máquinas e equipamentos.
O capitalista ao fazer um pacote de investimentos já terá determinado na máquina a quantidade de trabalhadores que serão necessários para operá-la, eliminando os trabalhadores que sobraram. Dependendo da indústria os trabalhadores podem ser mais ou menos qualificados, depende do tipo de máquina que irão operar. Algumas exigem apenas movimentos mecânicos dos trabalhadores, que qualquer trabalhador com um treinamento mínimo pode fazer, outras exigem trabalhadores extremamente qualificados.
Cada vez mais trabalhadores são expulsos do processo de produção aumentando ainda mais o exército industrial de reserva (força de trabalho desempregada) ou superpopulação relativa (população supérflua às necessidades do capital). Esse é um conceito extremamente importante para se compreender a lei geral da acumulação capitalista.
Produzir mais-valia é a lei absoluta do modo capitalista de produção e para tentar extrair cada vez mais, é necessário introduzir novas tecnologias no processo de produção com o objetivo de obter lucros extras ou mais-valia extraordinária. Isso promove o progresso tecnológico que altera a composição orgânica do capital (capital constante e variável do ponto de vista do valor), alterando a produtividade social do trabalho.
A super-população relativa vai servir de condição fundamental ao sistema econômico capitalista, porque ela tem como função fazer com que os salários da população ativa, caiam em virtude da grande quantidade de força de trabalho ofertada no mercado. Reduzindo também o poder de barganha dos sindicatos, pois sempre que o capitalista quiser expandir seu processo de produção, ele irá encontrar trabalhadores disponíveis no mercado.

Lei Geral da simulação capitalista

Na lei geral da simulação capitalista temos produção de um pólo de riqueza de um lado da sociedade, de alta produtividade social do trabalho provocada pelo progresso tecnológico, e por outro lado a criação de um contingente de excluídos, do processo de geração e participação da riqueza, que aumentam o pauperismo e miséria da sociedade.
A mesma lei que promove o lucro e a mais-valia, sem a qual não há produção, promove a produção de um exército de trabalhadores supérfluos, desempregados já que a produtividade do trabalho é cada vez maior, e é necessário cada vez mais um número menor de trabalhadores para por em ação uma quantidade maior de máquinas e equipamentos.
O aumento da produtividade social do trabalho é caracterizado pelo aumento da produção, por unidade de tempo de cada trabalhador, resultado da introdução de novas tecnologias que fazem com que os trabalhadores produzam mais, sem dispêndio maior de energia (poupando trabalho). Tendo como conseqüência a liberação de vários trabalhadores do processo de produção, ou seja, vai haver um decréscimo relativo na parte variável do capital (embora possa aumentar em termos absolutos) e um acréscimo relativo da parte constante. Isso significa uma tendência de elevação da composição orgânica do capital (o numerador “c” cresce e o denominador “v” cai), cada vez mais uma parcela maior dos novos investimentos é aplicada em máquinas e equipamentos e cada vez menos investida em força de trabalho, que vai sendo substituída por máquinas, aumentando a superpopulação relativa ao qual Marx chamou de exército industrial de reserva, isso tudo é tecnologicamente determinado porque elas próprias (as máquinas) ditam o ritmo e organização do processo de produção.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O Salário e a Jornada de Trabalho

A relação capitalista/trabalhador inicia-se no mercado (compra da força de trabalho) e posteriormente na esfera da produção. Sabemos que lá o capitalista vai consumir a força de trabalho comprada através da jornada de trabalho, por exemplo, 8h diárias de trabalho divididas em tempo de trabalho necessário e tempo de trabalho excedente, aparentando que o trabalhador recebe por toda a jornada de trabalho. Só que a forma salário (valor-de-troca da força de trabalho) aparece como o valor do trabalho, o que não é verdade, ela representa o valor da força de trabalho (daí o problema de Smith e Ricardo não conseguirem explicar o lucro sem violar a lei do valor). Só se vende e se realiza o trabalho depois que se realiza o contrato (venda da força de trabalho) aliena-se o valor-de-uso da força de trabalho que é justamente trabalhar e produzir, criar valor e mais valor no processo de produção.
Mais uma vez então o problema esta localizado na antítese valor-de-uso e valor (da força de trabalho); pois o capitalista vai consumir o valor da mercadoria força de trabalho como qualquer outro comprador. Contudo ele paga a utilização da força de trabalho correspondente a um dia, então ele pode consumir muito mais do que 8h dessa mercadoria, mas existe um limite físico natural de consumo da força de trabalho que impede o seu consumo durante as 24h do dia, o trabalhador tem que descansar (mínimo 12h). O salário aparece no mercado como sendo o valor do trabalho, o que o trabalhador executa dentro da empresa é o trabalho e o que vende fora, no mercado, é a força de trabalho que tem como valor-de-uso criar e produzir mais valor no processo de produção.
O salário, forma de manifestação de valor da mercadoria força de trabalho, é uma forma enganadora, pois ela aparenta ser o valor do trabalho (trabalho não se vende, trabalho é uma atividade). Todas as formas de manifestação de fenômenos são enganadoras. Por exemplo, a energia em si é uma categoria abstrata que pode assumir diferentes formas, os físicos para estudarem especificamente a energia têm que pegar uma das suas diferentes formas de manifestação. O mesmo acontece na economia, as categorias da economia política são abstratas, quando se necessita analisá-las do ponto de vista empírico (ponto de vista real), temos que pegar uma de suas formas de manifestação. Pois as formas é que são concretas e possíveis de pegar e analisar. Portanto era pra termos a força de trabalho tendo seu valor pago ao trabalhador, mas o que se vê no mercado é o valor do trabalho sendo pago.

O que determinará o número de horas da jornada de trabalho?

Para responder a essa pergunta devemos nos remeter ao contrato inicial entre ambas às partes (capitalistas e trabalhadores). Essa relação já nos mostra que o capital forma um par de contrários (estão em unidade e oposição), para se produzir precisa-se de trabalhadores, o capitalista precisa de força de trabalho para colocar os meios de produção em ação. E o trabalhar também da mesma forma, precisa do capitalista para vender a sua força de trabalho, receber o salário e comprar os bens de consumo para sobreviver, já que ele não possui os meios de produção para produzir. Portanto há o encontro de interesses antagônicos, o trabalhador quer trabalhar o mínimo possível e receber o máximo em salário e o capitalista quer exatamente o contrário, extrair o máximo de trabalho possível do trabalhador e pagar o mínimo possível em trabalho.
Em seguida devemos saber que no mercado ambos possuem direitos iguais, ambos são compradores e vendedores de mercadorias. Um é comprador e vendedor de mercadoria, produtor capitalista de mercadoria, e o outro é trabalhador produtor da mercadoria força de trabalho. Evidencia-se então uma relação de iguais, o trabalhador está vendendo sua força de trabalho e recebendo um salário correspondendo ao valor dela, e assim vai comprar os bens necessários a sua sobrevivência, e o capitalista está comprando a força de trabalho e vai usar o seu valor-de-uso da melhor forma possível, como qualquer um outro comprador. Só que neste momento de consumo, da força de trabalho por parte do capitalista, a relação de iguais muda de figura, pois na esfera de produção, a relação torna-se despótica visto que o capitalista agora é dono de tudo, uma vez dentro da empresa nada mais pertence ao trabalhador, nem mesmo a sua força de trabalho. Ela pertence ao capitalista e vai compor o seu capital produtivo, pondo-a em ação no seu processo de produção.
O capitalista, portanto, dono dos meios de produção e agora dono também da força de trabalho, que compõe seu capital produtivo, vai estabelecer as condições de trabalho no seu processo de produção. O impasse fica por conta da determinação de horas da quantidade de trabalho, o trabalhador quer preservar sua mercadoria força de trabalho, para isso negocia com o capitalista para que ela não se estenda muito além dos seus limites físicos, porque senão ele não vai conseguir reproduzir o valor da sua única mercadoria( força de trabalho) para continuar vendendo-a no mercado. Do ponto de vista do capitalista, ele comprou a mercadoria força de trabalho e tornou-se dono, tendo o direito de consumi-la da forma que ele quiser, no processo de produção. Temos então dois direitos iguais e opostos, prevalecendo o direito do mais forte (quem tem a maior capacidade de barganha, irá impor a sua vontade).
O que vai determinar o número de horas da jornada de trabalho é a luta de classes entre capitalistas e trabalhadores. As reduções da jornada de trabalho, ao longo dos tempos foram devido às vitórias conquistadas pelos trabalhadores nas suas lutas sociais, protestos, manifestações, muitas vezes regadas a violência e repressão. Atualmente verifica-se que a jornada de trabalho de 8h está quase no seu limite. O prognóstico é que os trabalhadores não consigam reduzi-la, porque a capacidade de barganha da classe trabalhadora e o poder de negociação dos seus sindicatos é praticamente zero, por causa do alto nível de desemprego.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Apanhados de resumos: Cooperação, Manufatura, Acumulação Primitiva de Capital, Indústria e Maquinaria.

Download dos resumos: Cooperação, Manufatura, Acumulação Primitiva de Capital, Indústria e Maquinaria em : http://www.4shared.com/file/98355970/4460779d/Apanhados_de_resumos.html

Vendendo ilusões a quem não pode pagar...


A sociedade capitalista é a sociedade do consumo e do desperdício, devido à escala crescente de produção (reprodução ampliada do capital) quando surge uma produção para o auto consumo fere esses princípios, porque a família produtora não irá adquirir no mercado aquilo de que necessita, não irá realizar o valor e a mais-valia contida na mercadoria sendo, portanto extremamente prejudicial ao sistema capitalista. Isso poderá acarretar um excesso de mercadorias em estoque sem conseguir venda.
O objetivo de um modo de produção é satisfazer necessidades - O homem produz para atender as suas necessidades matériais. No modo capitalista de produção isso se inverte (relação sujeito-objeto), o objetivo da produção não é mais as necessidades sociais; o homem é quem vai atender aos objetivos das necessidades da produção, passando a produzir em função da produção para atender as necessidades do capital. O fim do processo produtivo passa a ser o aumento da riqueza e não o atendimento das necessidades do ser humano. O exército de reserva é a própria conseqüência lógica do processo capitalista de produção que visa à acumulação do capital.
“Para o capitalismo é melhor um mendigo na rua pedindo esmola do que um produtor produzindo para o seu auto consumo.”

Mais-valia absoluta, relativa e extraordinária.

Cada tipo de mais-valia desses correspondeu a um determinado período do capitalismo. A Absoluta caracterizada pelo prolongamento da jornada de trabalho(aumento absoluto da jornada excedente) ou intensificação da jornada de trabalho. Apresentou-se no período da Revolução Industrial, depois com o desenvolvimento do capitalismo e com regulamentação da jornada de trabalho ficou impossível estender a jornada de trabalho em 12h , 14h como havia na Inglaterra no sec.XVIII. Então intensifica-se o trabalho no processo de produção ou se introduz novas tecnologias para aumentar a produtividade do trabalho. Com o desenvolvimento, o capitalista vai encontrar novas formas de obter uma quantidade maior de excedente econômico (principalmente com o desenvolvimento de novas tecnologias no processo de produção) o papel da tecnologia da informação, por exemplo, é cada vez mais importante, pois permite um alto grau de planificação nas empresas, por exemplo: através da internet as empresas constroem uma ponte direta aos consumidores ou fornecedores, fazendo com que a atividade de produção se torne cada vez mais eficiente. Diversas técnicas são inseridas no modo de produção com a finalidade de se extrair, aumentar a mais-valia, ex.: Just-in-time.
Na Absoluta vemos que o aumento do salário é menos que proporcional ao aumento da mais-valia. Porque o único item que precisa ser aumentado é a alimentação, já que o trabalhador estará expedindo mais energia no processo de produção e necessita se alimentar um pouco melhor.
Mais-valia relativa ocorre quando surge novas tecnologias no processo de produção, principalmente no setor dos bens de consumo (que são os bens que os trabalhadores precisam para sobreviver), pois o tipo relativa é caracterizada pela redução do Tempo de trabalho necessário em relação ao tempo de trabalho excedente. É por isso que a introdução de novas tecnologias e o progresso tecnológico, que faz com que aumente a produtividade do trabalho, tende a ocorrer principalmente no setor produtor de bens de consumo, por que isso vai permitir uma redução do valor da força de trabalho, já que irá reduzir o tempo de trabalho necessário para a produção desses bens que o trabalhador precisa para sobreviver .
No caso da mais-valia extraordinária é quando esse progresso tecnológico é obtido por parte de capitalistas isolados o que permite que ele sozinho reduza o tempo de trabalho socialmente necessário para produção daquele produto que ele está produzindo ex. : o carro, a geladeira etc. Ele introduzindo uma nova tecnologia, através de pesquisa e desenvolvimento, vai aumentar a produtividade do trabalho individualmente, irá reduzir o seu tempo individual de produção de determinada mercadoria. O mercado paga pelo T.T.S.N. (média social) as leis se manifestam através das médias, quando o capitalista sozinho consegue uma inovação tecnológica ele vai reduzir o tempo de produção de certo produto por ex.: de 4h para 2h, ele vai ser pago de acordo com a média social que o mercado reconhece, no caso a de 4h, estará sendo mais eficiente do que os demais produtores e por isso torna-se premiado pelo mercado. Só gastou 2h mais vai receber 4h (2h à mais); Isto é a mais valia extra.
O mercado que é onde se manifesta as leis econômicas, esta sempre arrumando um mecanismo para premiar os produtores mais eficientes. Isso é o mecanismo de regulação da produção que premia os mais eficientes e que pune os ineficientes (aqueles que gastam um tempo maior que a média da sociedade). É por isso que a mais-valia extraordinária é o motor no progresso tecnológico na sociedade capitalista, é a busca pelo lucro extra que leva o capitalista a investir em P&D. Mas a tendência da mais-valia extraordinária é que se transforme em relativa, por que quando os demais capitalistas observam esse lucro extraordinário, ele também tenta desenvolver novas tecnologias ou migram para o setor ou ramo de produção daquele capitalista que apresenta lucro extraordinário. Por isso também que a sociedade é tão dinâmica e a concorrência é tão violenta, pois os produtores estão sempre procurando o primeiro lugar em termos de concorrência capitalista.

Produzir mais-valia segundo Marx é a lei absoluta do Modo Capitalista de Produção.

Marx em “O Capital” trata do processo de produzir mais-valia, o Capitalista investe na compra de duas mercadorias: força de trabalho e meios de produção. Ao final do processo de produção aparece o problema que obscurece, impede de certa forma, a observação da valorização do capital. Porque aparentemente a mais-valia, está sendo originada por todo o capital investido pelo capitalista (por todos os fatores subjetivos e objetivos). Apenas na análise do processo de produção é que podemos perceber que a mais valia está sendo originada por uma única parte do capital que é o capital variável. Só que como essa mais-valia vai reaparecer juntamente com o montante inicialmente investido, dá a entender que foi todo o capital que produziu o excedente econômico, o que é falso. O elemento responsável é a força de trabalho que transfere o valor das máquinas e equipamentos para o produto à medida que cria um valor novo no processo de produção ao acrescentar uma quantidade maior de trabalho.
O processo de produzir mais-valia é ao mesmo tempo o processo de produzir produtos. Tanto o valor transferido quanto o valor novo criado no processo de produção ao final vão estar materializados numa determinada mercadoria. Então produzir mercadoria é uma condição material para a produção da mais-valia. Sem a produção de produtos não se pode produzir mais-valia. Porque a mercadoria o valor-de-uso é o suporte material do valor (é necessário a materialidade para corporificar mais valor). Então o processo de produzir produtos é simultaneamente o processo de produzir mais-valia.
Para se produzir produtos é necessário comprar maquinas/equipamentos e força de trabalho, mas no modo capitalista de produção só se compra essas mercadorias e só se produz produtos se também se produz mais-valia. Isso é o que diferencia o modo capitalista de produção dos modos de produção anteriores (só se produz produtos quando se produz mais-valia). A mais-valia é o conteúdo do lucro, o que vemos no mercado sob a forma de lucro é a forma transmutada da mais-valia. A mais-valia é o conteúdo que assume diversas formas no mercado, lucros, juros, alugueis, rendimentos, títulos etc. Tudo isso são formas de remuneração do capital que tem como único conteúdo a mais-valia gerada no processo de produção.
No momento em que não se produz o excedente econômico a produção pára (Isso é a condição fundamental sem a qual não há processo de produção). É necessário atender as necessidades sociais, mas essas necessidades só são atendidas quando a produção de mercadoria está se dando simultaneamente com a produção de mais-valia. Se a mais-valia deixou de ser produzida, se a empresa ao invés de lucrar está tendo prejuízo a produção pára, demiti-se empregados, reduz-se a atividade produtiva ou fecha-se a fábrica e não interessa-se a atividade ou razão social da empresa. Pois na contabilidade e na administração a empresa tem uma razão social, tem um fim social de ser que é a produção de mercadorias que atendem as necessidades coletivas, mas isso é secundário, pois a produção só ocorre quando existe também produção de lucro. Se cessar a produção de lucro, registrando prejuízo no balanço da
empresa, ela pára a atividade não importando se o que se estava produzindo era alimentos que serviam p/satisfazer as necessidades sociais da maioria da população .

domingo, 12 de abril de 2009

Teorias da conspiração em HQ'S


Teorias da conspiração dizem que os Smurfs foram uma grande propaganda Comunista destinada a crianças do mundo inteiro. Os Smurfs de fato são uma sociedade que dividem os meios de produção, a propriedade pertence a todos, não há classes sociais nem moeda. São governados por Papai Smurf que veste-se de vermelho no que seria uma alusão direta ao Comunismo. Gargamel e o gato cruel seriam uma alusão ao imperialismo capitalista sedento por exterminar a comunidade e transformá-los em ouro, aqui uma alusão ao capital que corrompe. A palavra SMURF segundo essas teorias significariam Small Men Under Red Father em português: Pequenos Homens sob (comando) do Pai Vermelho.O desenho também foi bastante criticado por Feministas pela personagem Smurfette que seria uma espécie de reprodutora na comunidade pois não tinha nenhuma outra função prática a não ser reproduzir e gerar novos Smurfs.

Sua produção meus braços, seu lastro meu trabalho...

Relação entre Força deTrabalho e Mais-valia

Para transformar o seu dinheiro em capital o produtor tem que encontrar F.T. a venda, ou seja, tem que encontrar trabalhadores livres, dispostos a trabalhar. Livres no duplo sentido por que eles são os donos da sua força de trabalho (não são escravos) vendem pra quem quiser e são livres por que estão destituídos de qualquer meio de produção. Não possuem nada para vender a não ser sua F.T. tem que vender para comer.
A força de trabalho é uma mercadoria como outra qualquer (tem valor e valor-de-uso) e o mercado não é um mercado de trabalho e sim um mercado de força de trabalho (capacidade de trabalhar), o que o trabalhador vende no mercado não é trabalho, para isso seria necessário os meios de produção e ele não os possui e se ele possuísse não venderia seu trabalho, venderia o produto. É isso que permitiu a Marx explicar o lucro sem violar a lei do valor (o que Smith e Ricardo não conseguiram, pois pensavam que o trabalhador vendia o trabalho). O trabalho é uma atividade que só se realiza depois de vendida a força de trabalho, o trabalhador só trabalha dentro da empresa, no mercado ele esta vendendo sua F.T.
O que determina o valor da força de trabalho é aquilo que determina o valor de qualquer outra mercadoria - o T.T.S.N. – só que expresso nos bens de consumo que o trabalhador necessita para sobreviver . O salário que, por enquanto é o valor da força de trabalho, é o somatório dos "n" bens de subsistência ou consumo que os trabalhadores precisam para sobreviver : alimentação, habitação, saúde, vestuário, lazer etc. Esses são os bens que o trabalhador precisa para produzir e reproduzir sua força de trabalho, reproduzir por que é necessário que continue a existir trabalhadores vendendo força de trabalho no mercado para que o capitalista continue encontrando trabalhadores dispostos a trabalhar. Então é necessário pagar um salário para produzir e reproduzir o trabalhador como classe social.
Já o que determina o valor-de-uso (a sua utilidade) da força de trabalho é a capacidade de produzir valor e mais valor (ou mais-valia). É um valor de uso especial que a força de trabalho possui, a de produzir valor novo no processo de produção, por que o valor é determinado pelo trabalho. Trabalho é a substância criadora do valor .
Durante uma jornada de trabalho, de 8h por exemplo, o trabalhador vai produzir produtos através do consumo das mercadorias e meios de produção (máquinas, equipamentos e matérias-primas), a medida que ele produz vai transferir o valor dessas mercadorias para o produto e vai criar valor novo, transformado essas mercadorias em novos produtos. É necessária apenas uma parcela da jornada (4h) para adquirir os bens de consumo (tempo que corresponderá ao salário) o que ultrapassa esse tempo é chamado de excedente, no qual se cria e se produz a mais-valia ( essa mais-valia caracteriza o M.P.C., mas não é peculiar apenas ao capitalismo já existia na sociedade feudal, o servo trabalhava nas terras do Senhor e dividia a produção com ele na forma de produtos).
A mais-valia não advém do fato do trabalhador estar recebendo um salário abaixo do seu valor, o capitalista está pagando o salário que o trabalhador merece e o trabalhador está vendendo sua força de trabalho pelo seu valor, recebendo aquilo que ele precisa para sobreviver (ninguém esta roubando ninguém) mesma relação de iguais. As mercadorias são vendidas pelos seus valores, inclusive a força de trabalho, e mesmo assim é possível produzir o excedente econômico, essa é a força do capitalismo. A mais-valia advém do valor e valor-de-uso dentro dela. É por isso que o conceito de Marx não é um conceito moral e sim econômico, o capitalista explora a F.T. como quem explora uma jazida de minério de ferro.

Contradição da fórmula geral do capital, como a riqueza é criada?

A sociedade sendo uma sociedade mercantil, efetua troca de equivalentes (mercadorias compradas e vendidas pelos seus valores), mas o capitalista (produtor) compra mercadoria e vende pelos seus valores e ao final obtêm um valor maior do que ele lançou na circulação . Se observarmos apenas sob o ponto de vista da circulação de mercadorias chegaremos a conclusão de que esse acréscimo estará sendo arbitrário, ou o capitalista está comprando abaixo do valor e vendendo pelo seu valor (retirando assim o seu lucro) ou está comprando pelo seu valor e esta vendendo acima do valor (extraindo valor maior da circulação). Isso não significa geração de riqueza e sim apenas transferência de riqueza, das mãos de um produtor para os outros. Alguém esta perdendo e alguém esta ganhando (por ex.: um compra abaixo do valor, outro compra acima), mas são perdas que se compensam num todo social, pois se não fosse assim não existiria produção de mais valor na sociedade. Para desvendar essa contradição é necessário sair da esfera da circulação (sair da observação aparente do mercado, compras e vendas) e partir para a esfera da produção. Teremos que desmembrar a fórmula geral do capital de tal forma a achar as mercadorias iniciais que o capitalista compra para poder valorizar o seu dinheiro como capital. O capitalista tem que ir ao mercado, mas não compra qualquer mercadoria (ele não gasta seu dinheiro improdutivamente) ele só compra dois tipos de mercadoria: meios de produção (que são os elementos objetivos: máquinas, equipamentos e matérias primas) e força de trabalho (elemento subjetivo que colocará os meios de produção em ação ) e como qualquer outro comprador ele vai consumir o valor de uso dessas mercadorias (sair da esfera da circulação para a esfera da produção) .

obs.: D-M-D' desmembrada encontra-se para download no link: http://www.4shared.com/file/98098871/83ab6a4e/D-M-D_desmembrada.html

sábado, 11 de abril de 2009

Obama

Imaginar que Barack Obama vai abandonar a posição dominante de que os EUA dispõe, nesse sentido – apoiada pela dominação militar – é um erro.

Envenenamento ideológico

Para que o sistema sobreviva é necessário que a relação sagrada de trabalho assalariado, e consequentemente a relação de propriedade privada dos meios de produção, se mantenham. O sistema tem que zelar para que essas duas relações sejam preservadas, daí por que o trabalhador tem que ganhar o salário dele, mas nunca poder tornar-se capitalista. O salário, por vezes, pode até ser alto, mas ao ponto tal que não se transforme em um capitalista, pois se os trabalhadores começarem a se tornar capitalistas o sistema se acaba, você pode imaginar o capitalismo apenas com capitalistas e sem trabalhadores? Não dá.
Portanto, o sistema tem que preservar suas relações de produção, e no caso do capitalismo, tanto o trabalho assalariado quanto a propriedade privada dos meios de produção, daí por que essa propriedade é considerada como sagrada e eles (os capitalistas) batalham tanto e ficam desesperados toda vez que há um abalo. Ao se falar em expropriar a terra para fazer reforma agrária, todos os capitalistas se desesperam, pois, pensam eles, se expropriam as terras hoje, amanhã vão querer expropriar a minha fábrica. Saltarão em bloco em defesa do sagrado princípio da propriedade privada e essa defesa é tão violenta, essa força ideológica é tão grande que ela entra na cabeça até da gente, que somos trabalhadores assalariados, ou seja, são contaminadas mesmo as pessoas que não tem nada com aquilo. Não é difícil encontrar opiniões contrárias a reforma agrária, dos próprios trabalhadores, a exemplo: "- Não! eu sou contra, bando de vagabundos, malandros, tão tomando a propriedade dos outros...". Os assalariados saem em defesa dos capitalistas. porque eles já foram envenenados pela ideologia da classe dominante. Se você não possui terra ou não esta ganhando dinheiro pra defender os donos de terra, você é um idiota que fica defendendo de graça o interesse dos outros. Esse é o caso do envenenamento ideológico, passa-se a assumir a postura de um cidadão de outra classe que não tem nada a ver com a sua, e o pior é que o sistema preserva isso!
Quem é trabalhador assalariado prepare-se para ser o resto da vida, pois o sistema vai fazer o que pode para impedir você de mudar de categoria, um exemplo disso é o salário tabelado de todas as profissões, não há expectativas de quanto alguém vai ganhar, está tudo pré-determinado, todo mundo tem um preço. Dinheiro "molhado" não enriquece ninguém (dinheiro suado fruto da venda de sua força de trabalho). Seguindo somente a tabela de valor dos salários ninguém vai passar a ser capitalista jamais.
Mas há exceções, e a TV globo adora mostrar isso (até mesmo porque faz parte da luta ideológica), através do programa "Pequenas Empresas Grandes Negócios" é mostrado uma Dona Maria que juntou o seu dinheiro comprou uma máquina e iniciou uma produção caseira e se deu bem... Pura ilusão, não é bem assim. O programa deveria chamar-se "Pequenas Empresas Grandes Desastres", pois 90% das pequenas empresas vão à falência, mas isso nunca a televisão irá mostrar, pois é preciso manter a ilusão - siga o exemplo da Dona Maria que você se tornará capitalista também... Enquanto engolimos essa ilusão ficamos confortavelmente esperando ser capitalista ou acertar na loteria (o que é bem mais fácil). Por vezes o empreendedorismo pode ser de um cinismo grotesco, a exemplo do SEBRAE que é o órgão mais mistificador que existe, é pago para enfiar nas cabeças das pessoas que o sistema é ótimo e você pode tornar-se empresário é só uma questão de competência pessoal.
Não Tornar-se capitalista não é sinal de incompetência e frustração é sinal de esmagamento pelas forças do sistema que tendem a sua eterna reprodução.

Christiano Souto
*pequeno texto produzido por mim, tendo como inspiração as aulas de Economia políticaII do professor Nelson Rosas.

Bem tosquiado...


O capitalismo é um carneiro que não pode ser morto, mas deve ser mantido bem tosquiado.

Frustração do aluno de economia

É da alçada dos economistas a análise dos grandes desequilíbrios que estão na raiz dos graves problemas do mundo contemporâneo.
O jovem aplicado que criteriosamente fez o seu curso de economia, entre nós, terá conseguido um razoável conhecimento das múltiplas dependências dessa mansão senhorial que é a teoria dos preços. Estará em condições de dissertar sobre a teoria do comportamento do consumidor e do equilíbrio da firma. Terá dado múltiplas voltas em torno das teorias monetárias. Conhecerá muitas doutrinas sobre o ciclo econômico, mesmo se, no fundo, estiver convencido de que todas elas dizem a mesma coisa. Finalmente, haverá lido de forma assistemática muito material sobre desenvolvimento econômico, conquanto nem sempre tenha encontrado conexão clara entre essas leituras e a realidade.
Ao enfrentar-se com o mundo real, esse economista provavelmente se sentirá frustrado ao extremo. Se for trabalhar numa empresa privada, logo se dará conta de que a análise marginal não possui qualquer alcance prático. Em pouco tempo perceberá que é muito mais importante compreender as limitações de natureza administrativa e as controvérsias de tipo fiscal do que conhecer a especulação teórica. A desorientação será ainda maior se o economista for convocado para o setor estatal.
Qual a razão dessas perplexidades e que fazer para atenuá-las? Toda ciência trabalha com esquemas conceituais, mas testa esses esquemas confrontando-os com a realidade. Para um economista, observar o mundo real é saber esquematizá-lo, simplificá-lo. Como ainda não existe um corpo de teorias elaboradas para explicar o comportamento de uma economia subdesenvolvida, semi-industrializada, com insuficiência crônica de capacidade para importar, com excedente estrutural de mão-de-obra, como é a nossa, não é de admirar que o diplomado em economia saia de sua escola e enfrente o mundo real com mais dúvidas e perplexidades do que certezas
.

Celso Furtado