sábado, 24 de abril de 2010

Da série autores Marxistas: Rosa Luxemburg

Características do Imperialismo.

O imperialismo é a expressão política do processo de acumulação do capital, manifestando-se pela concorrência entre países capitalistas para conquistar as regiões que não se encontrem ainda dominadas pelo capitalismo.
No período imperialista, os empréstimos internacionais desempenham o principal papel na independência dos estados capitalistas modernos, pois são indispensáveis para a emancipação dos Estados onde o capitalismo está em ascensão e, ao mesmo tempo constituem o meio mais seguro para os Estados capitalistas antigos exercerem a sua tutela sobre os modernos, controlarem as suas finanças e exercerem pressão sobre a política externa. É o meio mais eficaz de abrir ao capital acumulado dos países antigos, novas esferas de investimento e, ao mesmo tempo, restringi-lo. As condições de realização e de capitalização da mais-valia diferem no tempo e no espaço, a primeira só exige a difusão geral da produção de mercadorias, enquanto a segunda exige, pelo contrário, o deslocamento progressivo da produção mercantil simples pela produção capitalista.
O imperialismo é tanto um método histórico para prolongar a existência do capital, como o meio mais seguro e mais rápido para, objetivamente, lhe por fim. Isto não significa que o ponto final tenha de ser necessariamente atingido. O militarismo aí encontra uma função importante, ele é para o capital um meio privilegiado de realizar a mais-valia, ou seja, é um campo de acumulação.
No tocante a mercadoria, o capital depende das condições sociais, pois estas só podem ser vendidas e o lucro realizado em dinheiro se elas satisfizerem as necessidades da sociedade, portanto a acumulação contínua do capital está ligada ao crescimento igualmente contínuo das necessidades sociais. A necessidade social de que depende a acumulação de capital parece ser a própria acumulação de capital.

Da série autores Marxistas: Rosa Luxemburg

As condições históricas da acumulação.

A questão que se coloca é saber se as condições válidas para o capital individual podem ser aplicadas ao capital total, para Marx as condições de acumulação do capital total se identificavam com as do capital individual. Para Rosa as condições concretas da acumulação do capital total diferem tanto das condições de reprodução simples do capital social total como das condições da acumulação do capital individual. A realização do produto total mostra-se como uma tarefa impossível numa sociedade composta exclusivamente por operários e capitalistas, eles só podem realizar o capital variável, a parte usada do capital constante e a parte consumida da mais-valia; recriando as condições necessárias da reprodução na mesma escala. Na produção capitalista, não apenas o produto total mas também cada unidade de mercadoria contém a mais-valia e ela não pode ser realizada nem pelos assalariados nem pelos capitalistas, mas apenas por sociedades de modos de produção pré-capitalistas. Porém a realização da mais-valia não é o único elemento da reprodução que deve ser levado em conta, a acumulação capitalista depende dos meios de produção produzidos fora do sistema capitalista. Portanto a mais-valia destinada à capitalização que se encontra sob a forma de uma massa de mercadorias, não pode absolutamente realizar-se no interior dos meios capitalistas e deve encontrar compradores no exterior desses meios, nas estruturas e nas camadas sociais não capitalistas. O comércio internacional é pois, tanto do ponto de vista da realização da mais-valia como do ponto de vista da aquisição dos elementos materiais do capital constante uma condição histórica vital do capitalismo.
O capitalismo, mesmo na sua fase de maturação, está ligado, em todos os níveis, à existência de camadas e de sociedades não capitalistas, no comércio capitalista interno, o capital não pode realizar mais do que certas partes do valor do produto social total: o capital constante usado, o capital variável e a parte consumida da mais-valia destinada à capitalização deve ser realizada no exterior. Daí o fenômeno contraditório: os antigos países capitalistas, constituindo uns para os outros um mercado sempre mais largo e podendo, cada vez menos, passar uns sem os outros, entram ao mesmo tempo em concorrência acirrada, na disputa das relações com os países não capitalistas.

Da série autores Marxistas: Hilferding

A concentração empresarial e bancária e o capital financeiro.

Com o desenvolvimento da produção capitalista e o conseqüente aumento da composição orgânica do capital, vai-se ampliar a esfera de emprego e do crédito, em virtude da tendência de aumentar sempre a compra de capital constante (meios de produção) em relação à força de trabalho, e, portanto, a esfera do crédito em relação à esfera do dinheiro. Há uma tendência para que, nessa relação banco-empresa, o primeiro fique na posição mais forte.
A sociedade por ações representa uma mudança na função do capitalista industrial, pois implica a dissociação do capitalista industrial da função do empresário industrial. As possibilidades de expansão, nas sociedades por ações, são muito maiores que as da empresa individual, e ainda, além de acumular parte dos lucros, pode-se realizar uma acumulação independente do rendimento próprio da empresa, utilizando o capital monetário livre disponível da sociedade.

Da série autores Marxistas: Eduard Bernstein

A distribuição dos rendimentos na sociedade moderna.

De maneira geral a social-democracia entende que a concentração das fortunas acompanha a concentração das empresas industriais. Contudo a formação de sociedades anônimas contraria essa tendência das fortunas para a centralização, tendência que resulta da concentração das empresas. Permite um fracionamento importante dos capitais já concentrados e torna útil a sua apropriação por um punhado de capitalistas isolados. Ou seja, o aumento da riqueza social não é acompanhado pela diminuição do número de capitalistas, pelo contrário, um aumento do número destes em todos os graus.
A grande empresa dá ela própria origem às pequenas e médias empresas, em proporções maiores ou menores, os capitais novos procuram aplicação e apresentam-se constantemente no mercado, cuja capacidade de absorção no que diz respeito a novos artigos, cresce a par com a riqueza social. O mercado não poderia viver do consumo de um pequeno número de milionários, mesmo que estes fossem alguns milhares.

Da série autores Marxistas: Nikolai Bukharine

O imperialismo, reprodução ampliada da concorrência capitalista.

A política das classes dominantes serve de intermediário para a reprodução simples e ampliada de determinadas relações de produção e a guerra é um meio de reprodução de certas relações de produção, pois a guerra de conquista é um meio de reprodução ampliada dessas relações. Na essência ela constitui a base sobre a qual uma determinada política extorsiva pode tomar corpo. A ciência burguesa é incapaz de compreender que a economia social tem de servir de classificação essencial para as diversas políticas e tendem a ignorar as discrepâncias entre os diferentes períodos do desenvolvimento econômico, esforçam-se para apresentar o imperialismo como ato heróico seu. O imperialismo é o agente da estrutura financeira capitalista que subordina o mundo ao domínio do capital financeiro.