domingo, 29 de novembro de 2009

1ª forma da crise no Modo Capitalista de Produção

A crise de abundância, na sociedade mercantil, cria uma situação paradoxal - “a abundância de produtos coexiste com a abundância de consumidores”. A sociedade mercantil criou mecanismos que por um lado impedem os produtores de venderem seus produtos e, por outro, obrigam consumidores a permanecerem com suas necessidades insatisfeitas. Esse conteúdo paradoxal que existe em germe na mercadoria, irá se desenvolver acompanhando a evolução da mercadoria e da própria sociedade mercantil.
Na passagem da sociedade de produtores de mercadorias para a produção capitalista, as limitações que impediam a superprodução generalizada, são superadas, as leis do MPC agem no desenvolvimento do conteúdo (paradoxal), bem como nas duas formas criadas anteriormente, na sociedade mercantil, que estimularam o desenvolvimento da crise de abundância.
A circulação M-D-M no MPC sofre mudanças de ordem qualitativa e conseqüentemente, a função do dinheiro como meio de circulação (1ª forma da crise) sofre grandes modificações, por ex.: o 1° ato M-D não é mais um ato de circulação de mercadorias, mas sim de capital mercadoria sob a forma mercadoria, portanto será um ato M’-D’. Assim, a função do dinheiro como meio de circulação, além de ser de meio de circulação de mercadorias, passa a ser de meio de circulação do capital. No ato seguinte D’-M o produtor capitalista, como personificador do KD realizará 3 atos distintos, dividindo-o em D (quantidade igual ao desembolso inicial) e d (que corresponde a m’ dividida em consumo pessoal e acumulação), na parte a que se refere a D o ato será representado em dois mercados distintos, de meios de produção (relação entre dois capitalistas), que pela aparência é um ato de circulação, mas na essência será um ato de circulação de capital, e o mercado de força de trabalho.
Obs.: Sob o ponto de vista dos capitalistas envolvidos nos atos M-D-M, terão sempre que se encontrar completando suas necessidades inerentes ao sistema, ou seja, estarão sempre adquirindo meios de consumo, meios de produção ou força de trabalho. Para o trabalhador o ato de circulação sempre será um puro ato de circulação de mercadorias.
Ao adquirir FT aliada aos Mp , o capital assumi a forma de KP que tem como única função a produção de novas mercadorias, levando-se a concluir que quanto mais mercadorias forem consumidas mais mercadorias serão lançadas no mercado. O consumo pessoal dos trabalhadores traz também como conseqüências a produção de mercadorias e, portanto, o retorno compulsório ao mercado.
Concluindo, temos que: no MPC o ato M-D-M realiza-se em mercados diferentes e independentes no mercado de bens de consumo, meios de produção e força de trabalho, as proporções das compras-vendas realizadas dependem exclusivamente da reprodução do capital. Se houver a ampliação da separação dos atos de compra-venda, nesses mercados, ultrapassando certos limites, contra ela prevalecerá a unidade através da crise. E a interrupção de um ato venda-compra produzirá um bloqueio em cadeia, na circulação e produção, comprometendo todo o sistema.

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