quinta-feira, 22 de julho de 2010

Brasil: 1961-64

Analisando-se a política econômica do Brasil nos anos anteriores ao governo militar, na primeira metade da década de 1960, houve tentativas de políticas de estabilização, inclusive com a adoção de políticas monetárias restritivas, com vistas ao combate a inflação.
O período de janeiro de 1961 a março de 1964 foi extremamente conturbado politicamente, tendo apresentado várias descontinuidades político-administrativas. Tal período presenciou: taxas de crescimento do PIB real relativamente baixas e estáveis sustentadas pelo comportamento positivo do PIB agrícola e a primazia do combate à inflação na política econômica ensaiada pelos diferentes governos do período.
A ruptura institucional de 1964 continuou a explorar um padrão de desenvolvimento semelhante ao dos anos 50: associação com empresas estrangeiras, padrões de consumo do Primeiro Mundo e adoção de tecnologias características destes padrões. Entre as reformas institucionais implementadas pelo governo militar naquele ano e nos anos seguintes que lograram reduzir a taxa de inflação de cerca de 100% para algo em torno de 20%, em 1969, temos: A Reforma tributária e a correção monetária, criação do FGTS, do Banco Nacional de Habitação e do Sistema Financeiro da Habitação. E por fim a Política de realismo tarifário em relação aos serviços públicos.
Ainda com relação ao período 1961-1964, o Governo Jânio Quadros promoveu, por meio da Instrução 204 da SUMOC, uma desvalorização cambial. As políticas monetárias e fiscais do Governo Jânio Quadros tinham cunho contracionista. E o Plano Trienal continha um diagnóstico de inflação de demanda em sua formulação, propunha medidas de natureza gradualista para combatê-la. Propôs, dentre outras medidas: redução do déficit público, retração do crédito e correção de preços defasados. A aceleração do processo inflacionário se deveu parcialmente a fatores de natureza política, como a insuficiente base de apoio do governo no Legislativo e a mudanças freqüentes na equipe econômica.
A resistência do Congresso Nacional foi fator importante para inviabilizar a realização das reformas estruturais propostas pelo Governo João Goulart para combater a crise, a redução da taxa de crescimento dos investimentos privados deveu-se, em parte, à capacidade ociosa gerada pelos projetos industriais do Plano de Metas. Pode-se afirmar que a desaceleração do crescimento industrial, observada no período, se explica, em parte, pelos vultosos investimentos do período Kubitsheck e a instabilidade política do Governo Goulart dificultou a implementação de uma política econômica industrial adequada.

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