segunda-feira, 25 de maio de 2009

A Farsa do Plano Real ( II )


Um mês após a reeleição de Fernando Henrique, o FMI ofereceu devidamente ao Brasil um crédito no total de 41 bilhões de dólares. O Brasil não ficou com nada disso, é claro. Qualquer parcela que tenha realmente pingado no país embarcou no primeiro avião com os investidores e especuladores que o abandonaram.
Os brasileiros tiveram que pagar a divida, mas essa foi a menor das preocupações. Como parte da magia negra para manter a taxa de câmbio antes da eleição, Washington pressionou o Banco do Brasil a elevar a taxa de juros básica para 39%. O FMI pressionou por 70%. Nas ruas de São Paulo, isso se traduziu em taxas de juros de até 200% sobre empréstimos privados e crédito a empresas.
A confirmação do esquema de Rubin para salvar tanto FHC quanto os bancos americanos vem de uma fonte das mais interessantes: Jeffrey Sachs, da Universidade Harvard. Sachs é mais lembrado como a Mary Tifóide do neoliberalismo, que disseminou teoremas do mercado livre e a depressão econômica pela extinta União Soviética. Sachs, que continua entre o falante grupo de atores no círculo das finanças internacionais disse: “Você podia ver a economia [brasileira] caindo do precipício. Foi em câmera-lenta. Mas, em vez de evitar a queda pela desvalorização controlada, Washington e o FMI incentivaram vigorosamente taxas de juros acima de 50%”.
Washington queria a reeleição de FHC, dando seis meses aos financistas americanos para vender os títulos e moeda do Brasil em condições favoráveis. FHC sabia que não adiantava culpar as manipulações de Rubin pelos problemas do Brasil. Em vez disso, com a ajuda de uma imprensa de direita, ele e o FMI atribuem o colapso econômico a vilões conhecidos: funcionários públicos, aposentados e sindicatos. Foram acusados de estourar o orçamento do governo. Os pagamentos dos juros equivaliam a 10% dos gastos do país e eram totalmente responsáveis pela duplicação do déficit federal, comparados a isso as aposentadorias, principal alvo dos cortadores de orçamento, são uma gota no oceano.
Diz-se que o FMI falhou porque os juros altos causaram a crise e depressão no Brasil,mas o que ninguém notou é que a crise foi um elemento deliberadamente planejado...

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